Zé do Caixão.

Ontem à noite. Por volta das 23:00hs. No terraço da minha casa lendo Harry Potter quando me chamam na porta. Era meu amigo viado, Fifinho. Sentamos na porta da rua e começamos a falar merda. Vi que minha carteira de cigarro tinha acabado. E estava sem nenhum centavo na minha carteiraa. Perguntei se ele tinha, mais ele como o normal, estava mais pobre que eu. Adooro meus amigos calamitosos. Peguei meu cartão de crédito e sai com ele andando pela avenida rezando para o posto de conveniência ainda estar aberto. Foi o mesmo que pedir para o Diabo. Bati com a cara nas portas láh. Voltamos andando frustrados.

Na frente da minha rua, tem uma funerária. Bizarro, néh. Ela funciona 24hs. Qdo passavamos por ela, olhei que tinha um cara fumando bem na porta.

- Fifinhoo, olha, ele táh fumandoo. Deve ter cigarros. Vai láh pedir um p elee.
- Vou nadaa. táh louco?
- Desgraçadoo. Eu vou láh.
-Hahaha. Eu duvidoo.
- Então táh.

Atravessei a avenida, fui chegando, e..

-E aí cara, tu tem um cigarro pra me arranjar, o meu acabou (sorriso amarelo)
-Tenho sim, láh dentro, pera, vou buscar
-Ok, valew.

2 longos minutos.

- Táh aí, tem dois aí dentro.
-Aaah caraa, valew mesmooo. Tem fogo?

Ele me passou o cigarro aceso dele e notei que ele era beem gatinho.

- E aí, tu trabalha aí é?
-É sim.
- A noite todaa?
-Pois é. até de manhã. chego em ksa só pra dormir.
- Mais isso é todo dia?
-Sim, menos final de semana
- Ai que horror.
-É..
- Deixa eu ir, valew pelo cigarro. Qdo precisar moro bem aki na frente táh?
- Táh certo.
- Qual o teu nome?
- José.

Desci a rua e falei para Fifinho que o cara era muito gatoo, e que passava todo os dias a noite sozinhoo aí na funerária e que isso poderia ser bom para minhas noites de insônia.
Depois de mais de uma hora falando sobre besteiras e tudo mais, Fifinho ressucita José do nada me fazendo a seguinte indagação.

- Aiii Diegoo, será que ele vai te levar láh pra dentro?
- Quem meninoo?
- O cara da Funerária. Será qu ele vai te levar láh para dentro e vc's vão transar dentro de um caixão?

Axo que morri nessa hora. Agora tem um Zé do Caixão na minha porta.